Com frases de efeito, Paulo Guedes fez diagnóstico da situação econômica do país e apontou caminhos a serem seguidos
Por Marcello Corrêa, de O Globo
BRASÍLIA — Durante a cerimônia de transmissão de cargo, o novo ministro da Economia, Paulo Guedes, fez um diagnóstico dos problemas econômicos enfrentados pelo país e apontou os caminhos que serão seguidos no governo Jair Bolsonaro. Com frases de efeito, Guedes fez críticas às gestões anteriores — que expandiram os gastos públicos —, à legislação trabalhista e ao estado atual da Previdência.
“O Brasil foi corrompido pelo excesso de gastos”
Na avaliação de Guedes, o descontrole de gastos obrigatórios diminuiu a capacidade do Estado de promover o crescimento, por meio de investimentos
“O Brasil deixará de ser o paraíso dos rentistas e inferno para empreendedores”
Em referência aos gastos com a dívida pública, que chegam a R$ 400 bilhões
“Ideal era termos 20% do PIB de carga tributária, acima disso é o quinto dos infernos”
O ministro critica o peso dos impostos na economia, hoje acima de 30%.
“A Previdência é fábrica de desigualdades. Quem legisla e julga tem as maiores aposentadorias e o povo brasileiro tem as menores”
Para Guedes e outros especialistas, além do impacto fiscal, o atual sistema de Previdência gera desigualdades, principalmente entre servidores e trabalhadores da iniciativa privada
“A classe política é criticada por ter muitos privilégios e poucas atribuições”
Guedes defende mais responsabilidade para a classe política, inclusive na definição das prioridades dos gastos públicos
“Essa insistência no Estado como motor de crescimento produziu essa expansão de gastos públicos, corrompendo a política e estagnando a economia. São dois filhos bastardos do mesmo fenômeno”
Para Guedes, é preciso uma guinada para a economia de mercado, em que o Estado tenha um papel menor, a base do pensamento liberal
“O governo democrático vai inovar e abandonar a legislação fascista da carta del Lavoro”
Paulo Guedes quer rever mais uma vez a legislação trabalhista. A referência é ao conjunto de regras adotadas na Itália no período fascista. Críticos afirmam que o texto inspirou a CLT brasileira