O Globo: Bolsonaro defende sociedade sem discriminação e amarras ideológicas

Presidente anunciou ainda que vai combater corrupção, criminalidade, irresponsabilidade econômica e a submissão ideológica.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil

Presidente anunciou ainda que vai combater corrupção, criminalidade, irresponsabilidade econômica e a submissão ideológica

Por Carolina Brígido e Daniel Gullino, de O Globo

BRASÍLIA — Em discurso proferido na cerimônia de posseno Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro disse que vai lutar por uma sociedade sem discriminação ou divisão, com respeito às religiões, e sem amarras ideológicas. Ele também se comprometeu com a proteção da democracia brasileira e com a construção de uma sociedade mais justa.

— Reafirmo meu compromisso de construir uma sociedade sem discriminação ou divisão — disse, em discurso com dez minutos de duração..

Ele aproveitou para conclamar aos parlamentares que o ajudem no combate à corrupção, à irresponsabilidade econômica e à submissão ideológica. Bolsonaro defendeu um pacto entre a sociedade e os Três Poderes para guiar sua gestão.

Leia a íntegra do discurso de Jair Bolsonaro como presidente.

— Aproveito este momento solene e convoco cada um dos congressistas para me ajudarem na missão de restaurar e de reerguer nossa pátria, libertando-a definitivamente do jugo da corrupção, da criminalidade, da irresponsabilidade econômica e da submissão ideológica _ disse, concluindo mais tarde: _ A irresponsabilidade nos conduziu à maior crise ética, moral e econômica da nossa história — declarou.

Presidente Jair Bolsonaro ao lado da mulher, Michelle, durante desfile de carro aberto Pablo Jacob / Agência O Globo

Emocionado, Bolsonaro chorou durante o desfile de carro aberto. O presidente eleito estava acompanhado da mulher, Michele e do filho, Carlos, vereador pelo Rio de Janeiro RICARDO MORAES / REUTERS

O 1º Regimento da Cavalaria de Guarda do Exército, popularmente conhecido como Dragões da Independência, acompanhou o desfile do presidente eleito Jair Bolsonaro CARL DE SOUZA / AFP

Desfile de carro aberto terminou no Congresso Nacional, onde Bolsonaro foi recebido pelos presidentes da Câmara e do Senado PILAR OLIVARES / REUTERS

 

O novo presidente também voltou a defender o fim da “ideologia de gênero” nas escolas. Segundo ele, a educação será voltada para preparar o aluno para o mercado de trabalho, e não para a militância.

— Vamos unir o povo, valorizar a família, respeitar as religiões e nossa tradição judaico-cristã. Combater a ideologia de gênero, conservando nossos valores. O Brasil voltará a ser um país livre das amarras ideológicas — disse.

Bolsonaro declarou que sua equipe foi elaborada de forma técnica, “sem o tradicional viés politico que tornou o Estado ineficiente e corrupto”. Na economia, ele prometeu que o governo não gastará mais do que arrecada e que os contratos e as propriedades serão respeitados. E que, no setor agropecuário, haverá “menos regulamentação e burocracia”.

— Realizaremos reformas estruturantes que serão essenciais para a saúde financeira e a sustentabilidade das contas públicas, transformando o cenário econômico e abrindo novas oportunidades. Precisamos criar um ciclo virtuoso para a economia, que traga a confiança necessária para permitir abrir nossos mercados para o comércio internacional, sem o viés ideológico — afirmou.

No discurso, ele lembrou do atentado que sofreu durante a campanha e da cirurgia no intestino à qual foi submetido depois da facada. Ele atribuiu sua vitória a Deus e aos brasileiros, que se uniram em um “esforço cívico” para torná-lo presidente da República.

O novo presidente disse que seu governo vai priorizar a educação, a infraestrutura, o saneamento básico e o respeito aos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição. Ele acrescentou que o “cidadão de bem” merece ter ao seu alcance meios para se defender, sem citar diretamente o porte de arma. Ele ainda homenageou policiais e militares, pelo trabalho de garantir a segurança dos cidadãos, e anunciou que as categorias serão valorizadas em sua gestão.

Bolsonaro também lembrou dos 28 anos que foi deputado federal. Ele disse que no Congresso travou “grandes embates” e também acumulou experiências e aprendizados que colaboraram com seu crescimento e amadurecimento. Quando assinava seu termo se posse, alguém na plateia perguntou se era um casamento. Bolsonaro respondeu que estava se casando com o público, composto de parlamentares.

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