Estudo explora conceito e aponta caminhos para desenvolvimento de escolas ativas no Brasil

1romerf3mye11082016104714

PNUD lança publicação, realizada em parceria com o INEP, em painel hoje no Rio de Janeiro.

O que são escolas ativas? Quantas delas existem no Brasil? O que fazer, quais programas implementar, para que as escolas brasileiras sejam mais ativas? Como melhorar os instrumentos de coleta de dados para entender e monitorar com qualidade o que acontece em termos de atividade física e esportiva nas escolas do país? Qual é, afinal, a relação entre desenvolvimento humano e escolas ativas?

Essas são algumas das questões que deram origem à pesquisa cujos primeiros resultados o PNUD lança, na manhã desta quinta-feira 11, como parte da conferência internacional “O Poder do Esporte para o Desenvolvimento: construindo um futuro melhor para as crianças”, organizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Embaixada do Reino Unido e o Centro Internacional para a Segurança no Esporte, na British House, no Rio de Janeiro (RJ).

O Caderno de Desenvolvimento Humano sobre Escolas Ativas no Brasil, resultado de parceria entre o PNUD e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), e desenvolvido por professores da USP, oferece elementos para a construção de uma visão sobre escolas ativas e aponta rumos possíveis de mudança. O documento sintetiza, de maneira didática, com emprego de gráficos, tabelas, figuras e outros recursos, os resultados da pesquisa realizada junto a escolas brasileiras para verificar condições materiais e imateriais favoráveis à prática de atividades físicas e esportivas.

O lançamento acontece durante o painel “Iniciativas de Esporte para o Desenvolvimento”, que tem a participação do coordenador residente do Sistema ONU e representante do PNUD no Brasil, Niky Fabiancic; do representante do UNICEF no Brasil, Gary Stahl; do conselheiro especial do Secretário-Geral da ONU sobre o Esporte para o Desenvolvimento e a Paz, Wilfried Lemke; da embaixadora Vera Cintia Alvarez, da Cooperação Esportiva no Ministério das Relações Exteriores do Brasil; do presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parson; e do diretor executivo da iniciativa Save the Dream, do Centro Internacional para a Segurança no Esporte (International Centre for Sport Security).

O caderno revela, entre outros dados, que o Sudeste brasileiro é a região com o maior percentual de escolas com professor de educação física (82%), enquanto o Norte tem o menor (29%). O estudo também aponta que as escolas particulares são as que têm mais elevado percentual de professores de educação física (74%), enquanto as públicas têm 51%.

A diferença, em termos de percentual de professores de educação física nas instituições de ensino pesquisadas, é ainda mais discrepante quando comparadas as escolas rurais (31%) e as urbanas (71%).

A pesquisa contemplou os níveis fundamental (infantil e fundamentais 1 e 2) e médio. Após rigorosa triagem, baseada em dados da Prova Brasil 2013 e Censo Escolar 2013, ambos do MEC, os pesquisadores realizaram entrevistas telefônicas com quase 600 escolas de todo o país.

Para o representante do PNUD no Brasil, Niky Fabiancic, entrevistado no painel, “a escola é um ambiente central na vida das crianças e adolescentes. Para além dos benefícios na saúde, as atividades físicas e esportivas também trazem inúmeros benefícios em termos de desempenho escolar e habilidades sociais. Cada vez mais é impossível negar: nas escolas onde o movimento físico é privilegiado todos ganham, no presente e no futuro.”


Fonte: PNUD

Privacy Preference Center