Número de queimadas avança 361% em julho no Estado de São Paulo

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Inverno seco amplia risco de incêndio; desde o início deste ano, Inpe registrou 1.702 focos, 141% a mais do que no mesmo período de 2015

O inverno com pouca chuva até agora e com temperaturas elevadas causou um aumento de 361% no número de queimadas somente em julho, em comparação com o mesmo período do ano passado. O mês teve 687 focos de incêndio no Estado de São Paulo, maior número desde 2000, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em 2015, foram 149 casos.

Desde o início do ano até segunda-feira, 1º, os satélites do Inpe registraram 1.702 queimadas no Estado, 141% a mais que no mesmo período do ano passado (707). Neste ano, o número de incêndios superou os 1.421 de 2014, quando o Estado viveu a mais severa estiagem dos últimos 90 anos.

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Os satélites do Inpe registram queimadas com linha de fogo a partir de 30 metros de extensão por 1 metro de largura. Os incêndios afetam a qualidade do ar nas áreas urbanas e já causaram pelo menos uma morte. Um morador de rua morreu carbonizado, na noite de segunda-feira, em Sorocaba, depois que a guarita em que dormia foi atingida pelo fogo que se iniciou em um matagal. O incêndio pode ter sido causado por um curto-circuito na fiação elétrica que passa no terreno. De acordo com os bombeiros, em um único dia foram relatados 17 focos na cidade.

Em São Carlos, também no interior paulista, o fogo consumiu 20 mil metros quadrados de mata no bairro Azulville e as chamas chegaram próximas das casas, na segunda. As ruas ficaram tomadas pela fumaça. O sargento Marcos Roberto Dionísio, do Corpo de Bombeiros, relatou ter encontrado animais silvestres queimados. No domingo, uma queimada assustou moradores do Jardim Novo Horizonte, em São João da Boa Vista. Durante a manhã, parte do bairro ficou coberta pela fumaça e as casas foram invadidas por cinzas. No dia anterior, um incêndio destruiu 300 hectares de matas no município de Pirassununga. As chamas atingiram parte de um terreno da Academia da Força Aérea (AFA).

O inverno deste ano está mais seco que o de anos anteriores. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), na maior parte do Estado o índice de chuva em julho ficou em torno de 10 milímetros – a média histórica é de 35 milímetros. O aumento em queimadas às margens das rodovias levou a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) a iniciar uma campanha de alerta aos motoristas. Em 2015, foram registrados 4.551 focos de incêndio nos 6,4 mil quilômetros da malha gerenciada pela Artesp.

Alerta

Entre janeiro e maio deste ano, ainda fora do período da seca, aconteceram 2.662 focos, um aumento de 120% em relação ao mesmo período de 2015. “Nas rodovias, além do problema ambiental, o alastramento do fogo representa insegurança para os motoristas, uma vez que a fumaça reduz a visibilidade”, alertou a agência. Até setembro, as 267 telas eletrônicas nas rodovias vão exibir mensagens orientando o motorista a ligar gratuitamente para a concessionária em caso de incêndio à beira da estrada.


Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo.

Por: José Maria Tomazela

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