Mais de 100 países, Brasil incluso, firmam acordo para deter desmatamento até 2030

Texto prevê finaciamento de US$ 19 bilhões em fundos públicos e privados, e foi chamado de 'sem precedentes' pela COP-26
Foto: Kiara Worth/ UNclimatechange
Foto: Kiara Worth/ UNclimatechange

Texto prevê finaciamento de US$ 19 bilhões em fundos públicos e privados, e foi chamado de ‘sem precedentes’ pela COP-26

O Globo e agências internacionais

GLASGOW — Lìderes de cerca de 100 países que participam da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-26, em Glasgow, firmaram um compromisso para deter e reverter o desmatamento até 2030, contando para isso com um fundo de US$ 19 bilhões de dólares composto por dinheiro público e privado. Mas organizações ambientais afirmam que o prazo serve como “luz verde para mais uma década de destruição das florestas”.

“Teremos uma chance de colocar fim à longa história da humanidade como conquistadora da natureza e, ao invés disso, torná-la sua protetora”, afirmou, em comunicado, o premier britânico Boris Johnson, ressaltando que se trata de um acordo “sem precedentes”.

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O texto, que conta com a assinatura de nações como o Brasil, hoje cobrado para adotar uma postura mais agressiva na questão do desmatamento, Rússia, China, EUA e os países da União Europeia, afirma que os signatários reúnem “85% das florestas do mundo, com uma superfície de 33,6 milhões de km²” de área nativa. Cada um deles deverá estabelecer os próprios planos para zerar o desmatamento até 2030, além de proteger 30% de seus recursos marítimos e terrestres até essa data.

“Nunca antes tantos líderes, de tantas regiões, representando todos os tipos de floresta, uniram forças dessa maneira”, disse o presidente da Colômbia, Iván Duque, em declarações distribuídas pela organização da conferência. O texto expande um compromisso similar feito por 40 países e outras dezenas de organizações em 2014, na chamada Declaração de Nova York sobre Florestas.

Abertura da COP-26. Foto: Andrew Parsons / No 10 Downing Street
Abertura da COP-26. Foto: Andrew Parsons / No 10 Downing Street
Abertura da CPO-26. Foto Govesp
Abertura da CPO-26. Foto Kiara Worth/ UNclimatechange
Abertura da CPO-26. Foto Kiara Worth/ UNclimatechange
Abertura da COP-26. Foto: Andrew Parsons / No 10 Downing Street
Abertura da COP-26. Foto: Andrew Parsons / No 10 Downing Street
Abertura da COP-26. Foto: Andrew Parsons / No 10 Downing Street
Ministro do Meio Ambiente Joaquim Leite. COP-26. Foto: Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Ministro do Meio Ambiente Joaquim Leite e o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. COP-26. Foto: Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
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Abertura da COP-26. Foto: Andrew Parsons / No 10 Downing Street
Abertura da COP-26. Foto: Andrew Parsons / No 10 Downing Street
Abertura da CPO-26. Foto Govesp
Abertura da CPO-26. Foto Kiara Worth/ UNclimatechange
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Abertura da COP-26. Foto: Andrew Parsons / No 10 Downing Street
Abertura da COP-26. Foto: Andrew Parsons / No 10 Downing Street
Abertura da COP-26. Foto: Andrew Parsons / No 10 Downing Street
Ministro do Meio Ambiente Joaquim Leite. COP-26. Foto: Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Ministro do Meio Ambiente Joaquim Leite e o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. COP-26. Foto: Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
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O acordo aponta que 12 países se comprometeram a contribuir com US$ 12 bilhões para um fundo voltado a países em desenvolvimento entre 2021 e 2025, com o dinheiro sendo usado para restaurar áreas degradadas e combater queimadas. Outros US$ 5,3 bilhões serão doados por 30 empresas privadas, que também se comprometeram a suspender investimentos em atividades ligadas ao desmatamento até 2025.

Por fim, outros cinco países, incluindo Reino Unido e EUA, além de organizações privadas, devem fornecer US$ 1,7 bilhão para apoiar ações de conservação e de manutenção dos direitos às terras nativas de povos indígenas.

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Governos de outros 28 países responsáveis por 75% do comércio global de commodities como soja e cacau, vistas como potencialmente nocivas às florestas, vão assinar um acordo à parte, se comprometendo com medidas para incentivar o comércio sustentável e reduzir a pressão sobre as florestas, incluindo o apoio a pequenos produtores e ampliando a transparência nas cadeias de abastecimento.

Apesar de celebrado pela organização da COP-26, ambientalistas veem com ceticismo o anúncio, em especial pelo prazo considerado longo demais para eliminar o desmatamento.

— A Amazônia já está no limite e não pode sobreviver a mais anos de desmatamento. Os povos indígenas querem que se proteja 80% da Amazônia até 2025, e eles estão certos, é o necessário. O clima e a natureza não têm como permitir esse acordo — afirmou à AFP Carolina Pasquali, diretora-executiva do Greenpeace Brasil.

Para ela, a forma como o texto foi acertado acabou se mostrando “cômoda” para o governo brasileiro, uma vez que, em sua opinião, “permite mais uma década de destruição florestal e não é vinculante”.

Hoje, florestas e selvas absorvem quase um terço do dióxido de carbono emitido na queima de combustíveis fósseis — ao mesmo tempo, 23% das emissões globais vêm de atividades como o desmatamento e a agricultura, e mais de um bilhão e meio de pessoas dependem das áreas de mata para sobreviver.

Fonte: O Globo
https://oglobo.globo.com/um-so-planeta/mais-de-100-paises-incluindo-brasil-firmam-acordo-para-deter-desmatamento-ate-2030-25260914

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