Obra é organizada por Larissa Malty e Iva Pires, com participação de 10 pesquisadoras da área no Brasil e em Portugal
Cleomar Almeida, da equipe da FAP
Com abordagem de diferentes processos criativos em espaços formais e não formais de educação e de produção artística, o livro Arte e Ecologia Humana, organizado por Larissa Malty e Iva Pires, foi lançado na quinta-feira (21/10), na 24ª Conferência Internacional da Sociedade de Ecologia Humana. Realizado em formato online, o evento segue até sábado (23/10).
O livro tem a participação de 10 pesquisadoras da ecologia humana no Brasil e em Portugal. “Busca refletir a intrínseca relação existente entre a Arte e a Ecologia Humana, abordando diferentes processos criativos em espaços formais e não formais de educação e de produção artística”, ressalta Larissa, doutora em ecologia humana pela Universidade Nova de Lisboa e pesquisadora do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais e Humanas.
A obra é composta por reflexões e experiências empíricas capazes de retratar a ponte que articula conhecimentos herdados e acadêmicos no pensar e fazer artístico bem como reflexões relativas à ecologia humana no processo de sensibilização e criação a partir dos estímulos do ambiente. “A água e as cores, a terra e as texturas, o vento e a música, o fogo e a criação são linhas que se cruzam na passagem do ser humano pelo planeta que o acolhe e habita”, diz Larissa.
A conferência é realizada pela Sociedade Brasileira de Ecologia Humana (Sabeh). Com sede em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), esta é a segunda edição organizada no Brasil. Desta vez, as discussões abordam dinâmicas sociais e desafios globais, destacando o papel da ecologia humana em um mundo em constante transformação.
De acordo com Gustavo Negreiros, presidente da Sabeh e coordenador da Conferência, mesmo quem não é ligado ao meio acadêmico pode participar. “A Ecologia Humana permeia diferentes concepções de mundo, pensando as relações do homem com o meio, a natureza, a sociedade. E tem muitas pessoas que praticam isso no seu dia a dia sem estar nas universidades”, defende.
Segundo Negreiros, a Ecologia Humana é uma área de estudos abrangente. “A gente faz uma análise sistêmica da complexidade daquilo que nos faz humanos. Tentamos entender as dinâmicas das relações com o nosso meio físico, social, econômico, espiritual”, explica o coordenador. Assim, as discussões envolvem temáticas como política, meio ambiente, economia e cultura, entre outras.
A escolha do tema principal da Conferência também tem relação com a abrangência da Ecologia Humana e sua importância, especialmente após a Covid-19. “Quando veio a pandemia, discutimos se ela é reflexo das nossas relações, de um mundo que se transforma de formas drásticas. Por isso, entender a dinâmica e complexidade desses tempos e aprender uma forma de trabalhar com eles tem a ver com a busca por uma vida melhor”, afirma Negreiros.