‘É hora de reconstrução da cultura essencial a exercício da cidadania’, diz sociólogo da Unesp

Em artigo na revista Política Democrática Online de maio, Rogério Baptistini Mendes aponta alheamento do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia
(Rio de Janeiro -  RJ, 23/05/2021) Presidente da República, Jair Bolsonaro durante passeio de moto na cidade do Rio de Janeiro.
Foto: Alan Santos/PR
(Rio de Janeiro - RJ, 23/05/2021) Presidente da República, Jair Bolsonaro durante passeio de moto na cidade do Rio de Janeiro. Foto: Alan Santos/PR

Cleomar Almeida, Coordenador de Publicações da FAP

Perto de o Brasil atingir 450 mil mortos pela pandemia da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus auxiliares atuam com “alheamento” em relação ao sofrimento da população. A análise é do sociólogo Rogério Baptistini Mendes é pesquisador do Laboratório de Ciência Política da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Em artigo publicado na revista Política Democrática Online de maio (edição 31), Mendes critica o comportamento do presidente e de seus ministros. “É como se não tivessem responsabilidades para com o povo, o elemento pessoal do Estado. E, aqui, o paradoxo de nossa situação”, afirma ele.

Veja a versão flip da 31ª edição da Política Democrática Online: maio de 2021

Todos os conteúdos da publicação podem ser acessados, gratuitamente, no portal da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e vinculada ao Cidadania.

De acordo com o autor do artigo, aos democratas, resta lutar nas trincheiras da razão e não ceder aos apelos do dualismo populista que insiste na exploração do desespero popular. “A hora é de reconstrução da cultura pública essencial ao exercício da cidadania informada, ativa e plural, capaz pactuar em favor da democracia como caminho para o futuro”, conclama.

Na avaliação do sociólogo, é a atuação do povo como bloco que alimenta o populismo e faz da demagogia uma perversão. “Tanto um como outra estiveram em germe, desde a redemocratização, na atividade de líderes e partidos, culminando no autocanibalismo do que se apresentava como o ‘novíssimo’ na política brasileira, ‘diferente de tudo o que está aí’”.

Segundo o autor, Bolsonaro chegou ao governo como expressão do populismo, um fenômeno tão antigo quanto a própria democracia. “Neste, confluem um líder e um povo mobilizado por um discurso que divide a sociedade política entre um nós e um eles, geralmente uma elite corrupta”, analisa.

Veja todos os autores da 31ª edição da revista Política Democrática Online

A própria condição de mito, atribuída ao ex-deputado do baixíssimo clero, segundo o pesquisador da Unesp, reforça a percepção do que seria uma condição atávica de nossa evolução política. “Acompanhando Ernst Cassirer, o mito, no populismo, personifica a vontade coletiva e se impõe à Constituição e às próprias instituições”, assevera.

A íntegra do artigo de Mendes está disponível, no portal da FAP, para leitura gratuita na versão flip da revista Política Democrática Online, que também tem artigos sobre política, economia, tecnologia e cultura.

O diretor-geral da FAP, sociólogo Caetano Araújo, o escritor Francisco Almeida e o ensaísta Luiz Sérgio Henriques compõem o conselho editorial da revista. O diretor da publicação é o embaixador aposentado André Amado.Leia também:

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