Cleomar Almeida, Coordenador de Publicações da FAP
Perto de o Brasil atingir 450 mil mortos pela pandemia da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus auxiliares atuam com “alheamento” em relação ao sofrimento da população. A análise é do sociólogo Rogério Baptistini Mendes é pesquisador do Laboratório de Ciência Política da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Em artigo publicado na revista Política Democrática Online de maio (edição 31), Mendes critica o comportamento do presidente e de seus ministros. “É como se não tivessem responsabilidades para com o povo, o elemento pessoal do Estado. E, aqui, o paradoxo de nossa situação”, afirma ele.
Veja a versão flip da 31ª edição da Política Democrática Online: maio de 2021
Todos os conteúdos da publicação podem ser acessados, gratuitamente, no portal da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e vinculada ao Cidadania.
De acordo com o autor do artigo, aos democratas, resta lutar nas trincheiras da razão e não ceder aos apelos do dualismo populista que insiste na exploração do desespero popular. “A hora é de reconstrução da cultura pública essencial ao exercício da cidadania informada, ativa e plural, capaz pactuar em favor da democracia como caminho para o futuro”, conclama.
Na avaliação do sociólogo, é a atuação do povo como bloco que alimenta o populismo e faz da demagogia uma perversão. “Tanto um como outra estiveram em germe, desde a redemocratização, na atividade de líderes e partidos, culminando no autocanibalismo do que se apresentava como o ‘novíssimo’ na política brasileira, ‘diferente de tudo o que está aí’”.
Segundo o autor, Bolsonaro chegou ao governo como expressão do populismo, um fenômeno tão antigo quanto a própria democracia. “Neste, confluem um líder e um povo mobilizado por um discurso que divide a sociedade política entre um nós e um eles, geralmente uma elite corrupta”, analisa.
Veja todos os autores da 31ª edição da revista Política Democrática Online
A própria condição de mito, atribuída ao ex-deputado do baixíssimo clero, segundo o pesquisador da Unesp, reforça a percepção do que seria uma condição atávica de nossa evolução política. “Acompanhando Ernst Cassirer, o mito, no populismo, personifica a vontade coletiva e se impõe à Constituição e às próprias instituições”, assevera.
A íntegra do artigo de Mendes está disponível, no portal da FAP, para leitura gratuita na versão flip da revista Política Democrática Online, que também tem artigos sobre política, economia, tecnologia e cultura.
O diretor-geral da FAP, sociólogo Caetano Araújo, o escritor Francisco Almeida e o ensaísta Luiz Sérgio Henriques compõem o conselho editorial da revista. O diretor da publicação é o embaixador aposentado André Amado.Leia também:
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