O economista e consultor Fabio Berghella disse ao Portal do PPS que os números do PIB divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE são “muito piores” quando a comparação do desempenho da economia é feita entre o 4º trimestre de 2015 com o mesmo período do ano passado (5,9%) do que na anual (3,8%), conforme está sendo divulgado pela imprensa (veja abaixo).
“A verdadeira fotografia da economia brasileira é bem pior que a noticiada. Os indicadores econômicos referentes ao acumulado do ano de 2015 chegaram ao seu final – os dados que começam a ser divulgados a partir de agora comparam 2016 com 2015. Essa comparação é muito pior do que a mídia veicula, afirma Berghella.
Veja a seguir o comentário de Berghella sobre desempenho da economia em 2015.
“A verdadeira fotografia da economia nacional
De novo, a comparação noticiada pela imprensa foi o acumulado de 2015, queda de -3,8% do PIB.
Os dados são muito piores, na comparação anual (4º trimestre de 2015 com 4º trimestre 2014), ou seja, nos dados mais recentes, a economia encolheu -5,9%.
Esse número é próximo a queda de -7,1% (na mesma comparação anual) apontada pela PMC (Pesquisa Mensal do Comércio) divulgada pelo IBGE, no dia 16 de fevereiro.
A forte correlação entre a PMC e o PIB ocorre porque 72% do PIB brasileiro depende do setor de serviços – fortemente ligado ao consumo.
Nos gráficos extraídos da pesquisa do IBGE (Contas Nacionais Trimestrais) é possível observar o seguinte:
http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=3111
– a queda na FBCF indica que os investimentos recuaram -18,5%;
– a desvalorização cambial puxa a queda de -20,1% das importações e alimenta a alta de 12,6% nas exportações (nada a comemorar porque o peso do comércio externo no PIB é pequeno em relação a outros países);
– o governo diminuiu gastos – queda de -2,9% – contudo insiste em cortar menos que os outros setores;
– o consumo das famílias tem relação forte com o PIB (país consumista) – a queda já bate -6,8% – esse é o ponto-chave de preocupação, gastos diminuem, atividade recua, desemprego aumenta, insolvência dispara e crédito encolhe. O crédito é o oxigênio para o crescimento econômico numa economia sem poupança interna.
Abrindo o PIB, pelo lado da oferta (mesma comparação anual):
– comércio mergulhando -12,4%; o PÉSSIMO é resultado para o setor mais importante da economia brasileira, indicando claramente que o fundo do poço ainda está distante;
– construção civil caindo -5,2%; importante indicador porque este é um setor que agrega muito valor á cadeia produtiva, além de empregar muita gente;
– transporte com queda de -9% também é um péssimo sinal.
O fracasso econômico do governo do PT: PIB cai 3,8% em 2015, a maior queda em 19 anos
Na comparação com 4º trimestre de 2014, queda foi 5,9%; PIB per capta recuou 4,6% no ano passado
No ano passado, o PIB caiu 3,8% em relação a 2014, a maior queda da série histórica iniciada em 1996, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE.
Segundo o órgão, a queda do PIB resultou do recuo de 3,3% do valor adicionado a preços básicos e da contração de 7,3% nos impostos sobre produtos.
Nessa comparação, a agropecuária (1,8%) apresentou expansão, e a indústria (-6,2%) e os serviços (-2,7%) caíram. Em 2015, o PIB totalizou R$ 5,9 trilhões (valores correntes). O PIB per capita ficou em R$ 28.876 em 2015, com queda de 4,6%, em volume, em relação ao ano anterior.
PIB cai 5,9% em relação ao 4º trimestre de 2014
Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB sofreu contração de 5,9% no 4º trimestre de 2015, a maior queda desde o início da série histórica iniciada em 1996. Dentre as atividades econômicas, a Agropecuária cresceu 0,6% e a Indústria sofreu queda de 8,0%. Nesse contexto, a indústria de transformação apresentou contração de 12,0%.
(Assessoria IBGE/Portal do PPS)