Em artigo na revista da FAP de dezembro, pesquisador da Mackenzie diz que Doria deu ‘golpe maquiavélico’ em Bolsonaro
Cleomar Almeida, assessor de comunicação da FAP
O cientista social, professor e pesquisador da Universidade Presbiteriana Mackenzie Rodrigo Augusto Prando critica a politização em torno da vacina da Covid-19 no Brasil. “Uma questão eminentemente de saúde pública está sendo politizada no altar da disputa política que o presidente Bolsonaro, já em campo pela reeleição em 2022, vem travando com o governador João Doria, seu concorrente direto”, afirma, em artigo que publicou na revista Política Democrática Online de dezembro.
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Todos os conteúdos da publicação mensal, produzida e editada pela FAP (Fundação Astrojildo Pereira), são disponibilizados, gratuitamente, no site da entidade. Em seu artigo, produzido dias antes de o governo brasileiro anunciar o plano nacional de vacinação em 16 de dezembro, com previsão de começar em fevereiro de 2021 no país, Prando observa que o governador de São Paulo saiu na frente.
“Doria acaba de desfechar golpe maquiavélico no chefe de Estado”, assevera o cientista social. O governador anunciou que, a partir de 25 de janeiro próximo, São Paulo começará a vacinar profissionais da saúde, indígenas, quilombolas e todos aqueles, residentes ou não no Estado, demandaram as dezenas de postos de saúde especialmente montados para atender aos brasileiros.
Quanto à autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), acentua Prando, o governador informou que neste mês passou à agência todas as informações e os protocolos necessários para assegurar que, em 40 dias, a autorização para a vacinação seja concedida, a não ser que haja obstrução política por parte do Planalto.
Na avaliação do autor do artigo publicado na Política Democrática Online, o cenário que se desenha é bem promissor para o Estado de São Paulo. Ele lembra que a vacina da Fiocruz/Oxford apresentou problemas em seus testes, especificamente no que tange às doses aplicadas nos voluntários, o que demandará mais estudos, atrasando a conclusão dos testes.
“Além disso, a produção desta vacina, segundo noticiado, dependerá da construção de uma fábrica, ou seja, de mais recursos financeiros do governo federal. Tal fato demonstra que os investimentos e a logística envolvidos não permitirão que vacinas estejam disponíveis em curto prazo, como a Coronavac em São Paulo”, observa Prando. Ele também ressalta que governadores e prefeitos, descrentes de qualquer liderança presidencial, já se articulam junto ao Butantã e ao Governo de São Paulo para garantir acesso à “vacina do Doria”.
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