A corrupção é gravíssima, pois gera uma distorção no encaminhamento dos recursos dentro de uma economia nacional. A afirmação é do subprocurador-geral da República, Marcelo Muscogliati, que fez uma análise do cenário de operações de combate à corrupção desde a Mãos Limpas, que eclodiu em 1992 na Itália, até a operação Lava Jato, que desde o fim de 2013 vem descobrindo enormes escândalos de corrupção no Brasil.
Para o subprocurador, parece que se decidiu fazer uma corrida para o fundo do poço aqui no Brasil. “Ao mesmo tempo em que o Mensalão acontecia, políticos e empresários eram condenados e presos, o Petrolão já existia em paralelo. Não serviu de exemplo”, afirmou.
E o que devemos fazer para evitar essa corrida ao fundo do poço? Para Muscogliati, é fundamental diminuir o tamanho das nossas estatais, que atualmente favorecem a formação de cartéis e a prática de desvios e propinas estipuladas em contratos.
Na análise do subprocurador-geral, operações de combate à corrupção se confundem no Brasil e na Itália desde 1992. “Foi o ano que começou a operação Mãos Limpas na Itália, uma grande ação de combate às máfias. No Brasil, nesse mesmo ano, vivíamos o impeachment de Collor e o escândalo dos Anões do Orçamento”, explicou.
Muscogliati também destacou os avanços que aconteceram nas leis de combate à corrupção de 1992 pra cá. “Em agosto e setembro de 2013, logo após a onda de manifestações, veio a legislação para regular a delação premiada e os acordos de leniência aqui no Brasil. Incrementamos a colaboração internacional. O Ministério Público tem feito sua parte. O crime organizado é uma máfia e tem que ser combatido”.