Day: agosto 31, 2022
“Molhem minha goela com cachaça da terra”
Autoria de Luiz Carlos Prestes Filho e Lucas Bueno, composta para homenagear a Inconfidência Mineira, por meio do Engenho Boa Vista que há 300 anos pertence à família de Tiradentes e inspirada no livro do historiador e jornalista Ivan Alves Filho, ‘O caminho do alferes Tiradentes - uma viagem pela Trilha dos Inconfidentes’. A apresentação do álbum com seis canções se realizará com uma orquestra, formada por alunos do Curso de Música da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), sob a regência do Maestro Prof. Modesto Fonseca.
Programação:
→Dia 01 de setembro de 2022 às 19 horas
Palestra e apresentação do livro "Trilogia Heroica" que figura a obra "Molhem minha goela com cachaça da terra" de autoria de Luiz Carlos Prestes Filho.
Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
Com a participação dos autores da Obra Luiz Carlos Prestes Filho e Lucas Bueno e da soprano Julia Félix
Apresentações:
→Dia 02 de setembro de 2022 às 15 horas
Engenho Boa Vista - Coronel Xavier Chaves / MG
→Dia 02 de setembro de 2022 às 19 horas
Teatro do Conservatório de Música Padre José Maria Xavier - São João del-Rei / MG
→Dia 03 de setembro de 2022 às 19 horas
Teatro do Centro Cultural Yves Alves, Tiradentes / MG
→ Dia 03 de setembro de 2022 às 20:30’
Restaurante Padre Toledo. Tiradentes / MG
Degustação de produtores de cachaça, promovido pela CONFRARIA DE CACHAÇA COPO FURADO do Rio de Janeiro.
Envolvidos:
Márcia Heliane Gomes - editora e escritora, responsável pela Editora Aquarius Produções Culturais.
Luiz Carlos Prestes Filho - diretor de cinema, compositor, escritor e poeta, autor da obra "Molhem
minha goela com cachaça da terra"
Ivan Alves Filho - escritor, jornalista, historiador e autor de 20 livros, dentre eles ‘O caminho do alferes Tiradentes - uma viagem pela Trilha dos Inconfidentes’.
Lucas Bueno - compositor e autor da obra "Molhem minha goela com cachaça da terra" .
Modesto Fonseca - professor Adjunto do Departamento de Música da Universidade Federal de São João del-Rei, maestro responsável pela regência da orquestra.
Julia Félix - soprano que acompanhará a orquestra nas apresentações.
Veja, abaixo, a obra, disponível no Spotify e outras as plataformas digitais:
Revista online | Pobreza sem fronteiras
Marcelo S. Tognozzi*, especial para a revista Política Democrática online (46ª edição: agosto/2022)
A geração destes anos 20 do século 21 é uma geração de sobreviventes. Como há 100 anos, também encarara uma pandemia e uma guerra com potencial de se tornar conflito generalizado, não apenas do ponto de vista político e econômico, como já acontece, mas das armas. As crianças são cotidianamente expostas a todo o tipo de sofrimento num mundo cada vez mais conectado. Infâncias dilapidadas são compartilhadas pelas redes sociais pelos meninos e pelas meninas que um dia, daqui a 20, 30 anos, serão nossos políticos e governantes.
A guerra na Ucrânia mata ao menos duas crianças por dia, dizem os números oficiais da ONU. Aqueles meninos e meninas sobreviventes são expostos a todo tipo de risco, desde tráfico de pessoas a novas e antigas formas de exploração, violação e humilhação. Aqui no Brasil, a pandemia tirou de milhões de pequenos cidadãos pobres o direito ao ensino e à merenda escolar. Os meninos e meninas das famílias da classe média também ficaram sem aulas presenciais, mas puderam aprender pela internet e ir em frente.
A guerra no Leste Europeu cobra sua cota diária de vidas de crianças com bombas e tiros, mas também dizima pela fome outras dezenas, centenas, milhares na África, na América do Sul, no Caribe e na Ásia. O conflito fez subir os preços da comida, do gás de cozinha, dos combustíveis, e o empobrecimento é generalizado. Qualquer um que ande pelas ruas do Rio e de São Paulo, de Porto Alegre ou Belo Horizonte, Recife ou Salvador irá cruzar com famílias inteiras vivendo amontoadas, transformando caixotes de papelão em lares.
Confira, abaixo, galeria de imagens:
No México, 54,3% das crianças estão em situação de pobreza extrema, sem as condições mínimas de sobrevivência. Na Argentina, a situação não é diferente: 60% das crianças. A África dispensa apresentações, a exemplo da Índia, Síria e Afeganistão.
Infância pobre é o padrão. Olho para as crianças da minha família e agradeço a Deus e ao Universo pela sorte que elas têm de poder comer todos os dias, frequentar escola, usar roupas limpas, sapatos, gozar de lazer, viver num lar onde há respeito e amor.
As crianças vivem na pobreza globalizada, mas acessam a internet, ainda que de vez em quando, e, com o que ainda resta de inocência e sonho, mergulham no mundo das redes sociais, das pessoas bonitas, do consumo e da fartura. A riqueza mora ao lado ou no celular, dependendo da cidade, do bairro ou da rua. Como será a sociedade que estas crianças construirão depois de adultas? A globalização, tida e havida como geradora de riqueza e bem-estar, acabou trazendo mais pobreza e mais sofrimento.
Entre os três estados mais importantes do Brasil, o Rio é o que registra a maior taxa de desemprego. Em maio deste ano, tinha 15% de desempregados ou 1.323.000 trabalhadores sem trabalho. São Paulo registrou 10,8%, e Minas, 9,3%. Os dados são do IBGE. Provavelmente, existam muito mais desempregados, porque a pandemia ceifou a renda de milhões de cariocas agora dependentes da informalidade e que se tornaram camelôs, ambulantes nos sinais de trânsito, famílias amontoadas nas calçadas do Centro, da Zona Sul, em qualquer lugar da cidade.
A vida começou a piorar para os cariocas quando a Petrobras viveu o terremoto das investigações da Lava Jato. Em 2019, o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) informava que a crise vivida pela Petrobras desde 2015 custou o emprego de 2,5 milhões de brasileiros, o “equivalente a 19% do desemprego” (daquele ano de 2019). O Rio, maior produtor de petróleo, sofreu mais.
Uma psicóloga com mais de 30 anos de clínica, de uma hora para outra, viu seu consultório em Copacabana se encher de pacientes sofrendo de depressão. Eram os demitidos pelas empresas fornecedoras da Petrobras. Aquela classe média chegava ao divã dilacerada. Não perdera apenas o emprego, mas o status, o estilo de vida. Estava sendo obrigada a se mudar de bairro, a tirar os filhos da escola, a recomeçar. Muitos daqueles profissionais superqualificados se refugiaram no Uber, outros mudaram de profissão, alguns conseguiram ir para o exterior. Mas todos, sem exceção, entraram para a estatística do Ineep, na qual estavam incluídos cálculos indicando que 60% dos investimentos realizados no Brasil neste ano de 2022 viriam da Petrobras, o que não aconteceu.
O Rio e a Petrobras tiveram um longo caso de amor que começou nos anos 1950 com a campanha do Petróleo é Nosso e que culminou com a criação da empresa em 1953. Depois de investigada pela Lava Jato, posta de joelhos no exterior pagando multas, algumas secretas, a Petrobras deu uma guinada de 180 graus. Passou a ser a queridinha de grandes fundos de investimentos internacionais como os trilionários The Venture Group e Blackstone. Trocou de amor.
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Hoje, a Petrobras exporta empregos ao invés de se preocupar em repor aqueles tragados pela crise instaurada a partir de 2015. Parece absurdo, mas não é. A empresa tem encomendado plataformas para empresas estrangeiras, deixando de lado as brasileiras onde atuavam os trabalhadores superqualificados, mandados para o divã e, depois, para o Uber. Sem contar os menos qualificados, sem divã ou Uber. Atualmente, das 14 empresas qualificadas para participar de licitações de construção de plataformas, apenas uma, a Queiroz Galvão Naval, é brasileira. As demais são estrangeiras ou controladas por capital estrangeiro.
A exportação de empregos virou algo banal. A empresa Keppel Shipyard apresentou proposta de US$ 2,98 bilhões na licitação das plataformas P-80 e P-82, valor 26% acima do preço estimado pela Petrobras. A Sembcorp Marine Rig & Floaters, segunda colocada, cotou o serviço em US$ 3,6 bilhões. Ambas são empresas de Cingapura, do outro lado do planeta.
É muito esquisito que poucas empresas estrangeiras ditem o preço nas licitações da Petrobras, oferecendo orçamentos acima do estimado. Isso não aconteceu nem nos tempos da Lava Jato, quando o Ministério Público processou empresas acusadas de integrar um cartel. O próprio MP constatou que as empresas do cartel cotavam suas propostas pelo preço máximo estimado pela estatal nas licitações. Imagine se elas tivessem cobrado acima, como estão fazendo as multinacionais de Cingapura.
E por que a Petrobras exporta empregos para Cingapura quando o Rio de Janeiro, onde está sua sede, tem um dos maiores índices de desemprego do Brasil? Nesta era pós Lava Jato, a direção da petroleira decidiu implementar critérios técnicos e financeiros considerados absurdos para a classificação de fornecedores, inviabilizando a participação das brasileiras e também de muitas estrangeiras, que, mesmo estando pré-qualificadas para participar das licitações, se recusam a oferecer lances, diante do excesso de exigências da estatal, as quais vão muito além do praticado no mercado internacional.
Nesse cenário, as companhias brasileiras, que pagaram multas e fizeram acordos de leniência, continuam sendo punidas, mesmo depois de acertarem as contas com a Justiça. Perderam o direito de competir, mesmo tendo capacidade técnica, pessoal qualificado e potencial para gerar os empregos de que tanto necessitam os brasileiros.
Uma empresa e seu quadro de funcionários não podem ser confundidos com executivos processados e condenados por crimes. Na Alemanha, a Siemens e a Volkswagen tiveram problemas com a Justiça, mas lá ninguém confundiu pessoa física com pessoa jurídica. A falta de concorrência nas licitações da Petrobras, tão questionada pelas investigações da Lava Jato, ficou ainda maior nos dias de hoje, com três ou quatro empresas estrangeiras participando das licitações e determinando os preços dos projetos bem acima do estimado pela estatal.
É uma injustiça o Rio de Janeiro ser eternamente punido pela Petrobras, que mantém seus estaleiros à míngua, enquanto dá empregos em Cingapura ou na Coréia da Samsung, Hyundai e Daewoo. Esta política mostra o quanto a empresa se desconectou dos brasileiros, ao mesmo tempo que vai na contramão da conjuntura atual. Depois da pandemia e da guerra na Ucrânia, as empresas estratégicas querem proximidade com seus fornecedores, preocupadas em diminuir riscos políticos, geográficos e econômicos.
Um investimento de quase US$ 3 bilhões (cerca de R$ 16 bilhões) numa plataforma representaria uma injeção de dinheiro na economia fluminense capaz de gerar pelo menos uns 10 mil empregos diretos e dezenas de milhares de indiretos. Agora, imagine se multiplicarmos isso por 10, 20 plataformas. Isso mudaria a cara do Rio de Janeiro, refletindo em todo o Brasil. O Rio hoje é uma cidade com alto índice de violência e centenas de milhares de crianças condenadas a serem cidadãs de segunda classe, como acontece nos países nossos vizinhos ou na África.
Num texto brilhante, publicado em março deste ano, meu amigo Jamil Chade, pai de 2 garotos, descreve, com clareza e emoção à flor da pele, a história de meninos e meninas vítimas de todo tipo de violência. Jamil nos leva aos cárceres do Estado Islâmico, à Servia, a um campo de refugiados no Quênia e à cidade de Bagamoyo, na Tanzânia, onde conheceu duas meninas, de no máximo 10 anos de idade, que brincavam no pátio de um hospital. Conversou com elas e mostrou um cartão de visitas com seu nome, porque as garotas não entendiam direito quem era aquele homem branco com um bloquinho na mão e uma câmera fotográfica pendurada no pescoço.
Passou um tempo, e o Correio fez uma conexão Genebra-Bagamoyo. Dentro de um envelope surrado, Jamil encontrou um pedido desesperado de ajuda de uma das meninas. Suplicava que a levasse dali e prometia amor para sempre. Jamil chorou o choro dos impotentes, o mesmo que eu chorei quando li seu texto. Aquela criança faria qualquer coisa – qualquer coisa! – para escapar daquela escuridão miserável: “preciso sair daqui”.
As guerras, a inflação, a falta de educação e de cidadania são irmãs da miséria e da fome. Elas hoje brincam de mãos dadas pelos campos de refugiados da África, nas cidades destruídas da Ucrânia, nas noites de terror do Afeganistão, nas calçadas superpovoadas de Nova Dehli, do Rio, de São Paulo, nas palafitas de Manaus e Belém ou nas ruas de terra batida das periferias de Recife e Salvador.
Estas irmãs, agora, também andam pelas ruas de Paris, Madrid, Londres ou Roma. Em plena pandemia, um amigo diplomata ligou para contar que, em Genebra, os pobres estavam pedindo esmola nos sinais. Nos Estados Unidos, a pobreza também chegou forte. No fim do ano passado, uma pesquisa mostrou que cerca de 30% dos americanos não conseguiam bancar despesas básicas, 12% dos chefes de família amargavam dificuldade para comprar comida e 28% dos negros e 20% dos latinos não pagavam aluguel em dia. A pobreza virou vizinha, habita as calçadas do Champs Élysées, da Gran Via ou uma esquina da 5ª Avenida. Daí o desespero da Comissão Europeia e do governo Biden com a inflação estourando nos 2 dígitos.
Temos uma geração de sobreviventes que, cedo ou tarde, irá se confrontar com outros desta mesma geração tocados pela sorte de estudar, comer, receber amor e respeito. O abismo entre a classe média e os pobres ficou tão grande, tão profundo, a ponto de transformar num privilégio coisas básicas como comer, tomar banho, vestir e estudar. A bomba-relógio armada a partir do pós-guerra dividiu o mundo entre ricos e pobres. Agora, faz tique-taque nas grandes cidades do mundo desenvolvido. A miséria deixou de ser invisível, remota, para se tornar presente, cotidiana, ousada e incômoda.
Antigamente - ou seja, há uma década, no máximo -, uma pessoa saía do Brasil, da África ou da Ásia para ser pobre ou remediado nos Estados Unidos ou na Europa, porque a vida era mais digna, as crianças comiam e estudavam. A brutal concentração de renda patrocinada pelo setor financeiro, tão criticada pelo filósofo Stéphane Hessel, gerou a globalização da pobreza. E ao escrever sobre ela, há mais de 20 anos, o professor Milton Santos foi profético: “A globalização mata a noção de solidariedade, devolve o homem à condição primitiva do cada um por si e, como se voltássemos a ser animais da selva, reduz as noções de moralidade pública e particular a um quase nada”.
Sobre o autor
*Marcelo S. Tognozzi é jornalista e consultor independente. Fez MBA em gerenciamento de campanhas políticas na Graduate School Of Political Management - The George Washington University e pós-graduação em Inteligência Econômica na Universidad de Comillas, em Madri.
** Artigo produzido para publicação na Revista Política Democrática Online de agosto/2022 (46ª edição), produzida e editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e vinculada ao Cidadania.
*** As ideias e opiniões expressas nos artigos publicados na Revista Política Democrática Online são de exclusiva responsabilidade dos autores, não refletindo, necessariamente, as opiniões da Revista.
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Ex-líder soviético, Mikhail Gorbachev, morreu na última terça-feira (30/8), em Moscou
Ivan Alves Filho*
Paris, 1978
Eu ouvi pela primeira vez alguém pronunciar seu nome em Paris, no ano de 1978, quando Tony Lainé, psiquiatra e membro do Comitê Central do Partido Comunista Francês, voltou de uma viagem a Moscou. Pai da minha então companheira Anne, ele era filho de uma siberiana nascida a apenas dez quilômetros da fronteira da China. Muito ligado à cultura russa, era primo em primeiro grau de Helena Sakharov.
Tony Lainé simplesmente ficara encantado com uma conversa que tivera "com o mais jovem membro da direção do Partido Comunista da União Soviética". Quem era ele? Mikhail Gorbachev. Após um encontro político em Moscou, mais formal, Gorbachev o convidara para ir à sua casa, nos arredores da cidade. O dirigente soviético conhecia as ideias de Tony Lainé a respeito da psiquiatria e da psicanálise e gostaria de aprofundá-las. Tony era conhecido por suas sínteses entre as propostas de Freud e aquelas de Marx. "Alguma coisa vai mudar por lá. Esse Gorbachev é excepcional". Não deu outra.
Lisboa, 1980
Álvaro Cunhal, então secretário-geral do Partido Comunista Português, chama Giocondo Dias, à época secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro, a um canto durante um congresso do PCP e informa ao dirigente brasileiro que um dos representantes do PCUS queria muito conhecê-lo. Giocondo foi estar com ele. E voltou impressionado. "Alguma coisa vai mudar na União Soviética. Eu conheci um soviético extremamente interessante, um homem com ideias novas". Era Mikhail Gorbachev, mais uma vez.
Arma di Taggia, 2000
Carlo Cioni, que presidia a Fundação Gorbachev, era um respeitado militante do Partido Comunista Italiano. Economista, estudara na Escola de Quadros do PCUS e era casado com Dulce Rocque, minha eterna cunhada. Era amigo de Gorbachev, privava do seu convívio. Conversando certa vez comigo na Itália, Carlo Cioni discorreu sobre a amizade que unia Gorbachev a Alexander Dubcek, desde os anos 50 quando estudaram juntos em Moscou. Para ele, as ideias inovadoras tanto do líder da Primavera de Praga quanto do formulador da Glasnost e da Perestroika poderiam ter sido gestadas nessa ocasião.
Mikhail Gorbachev, falecido ontem, contribuiu para mudar o mundo, colocando um ponto final na Guerra Fria e valorizando, como nenhum outro dirigente comunista, as ideias civilizadoras da Democracia. Era preciso coragem. Finalmente descansou.
Sobre o autor
*Ivan Alves Filho é é historiador licenciado pela Universidade Paris-VIII (Sorbonne) e pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris. Os mais recentes de suas dezenas de livros publicados são Os nove de 22: o PCB na vida brasileira e Presença negra no Brasil: do século XVI ao início do século XXI.
* Artigo produzido para publicação no site da Fundação Astrojildo Pereira (FAP), sediada em Brasília e vinculada ao Cidadania.