Day: dezembro 4, 2015

Demétrio Carneiro: Precisamos refundar a República

A Nova República de 1988 dá sinais de agonia.

Somados todos os fatos já existentes à prisão de um senador no exercício do mandato, prisão decretada pelo Supremo e por ação de obstrução da justiça, talvez até por envolvimento na possível fuga de Nestor Cerveró, a única conclusão é que estamos no fim de linha para o Congresso Nacional, também. Com seus dois presidentes, Câmara e Senado, investigados e o líder do governo no Senado na cadeia o Poder Legislativo vai precisar se repensar ou pode se tornar um por inútil e dispensável.

O problema é que o Poder executivo não está longe na desmoralização. O senador Delcídio era o líder do governo e articulador na casa. A possibilidade da base de governo, já inconsistente, se desfazer aumentou consideravelmente. A crise de governabilidade se estampa no dia a dia e na ineficácia do governo central em lidar com temas básicos e urgentes de gestão como o desastre de Mariana ou o problema dos mosquitos. Da mesma forma o governo não consegue lidar com questões de gestão orçamentária, ao ponto de irritar os membros, em sua maioria da base de governo, da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, com tantas idas e vindas, alterando os textos orçamentários a todo momento. Para coroar a obra Dilma decidiu incluir recursos orçamentários de uma lei que sequer ainda foi votada no Congresso e de cuja arrecadação não se sabe dizer se é uma ou a metade dela. É 100% desespero e desorientação.

Restaria fazer o quê? Entregar o comando da nação ao Supremo?

O fato é que a Nova República de 1988 dá ares de estar chegando ao fim. Precisamos urgentemente refundar a República e recriar uma política brasileira que nos possibilite seguir em frente. Tal como vamos não chegaremos a lugar algum. Apenas aprofundaremos o descrédito e somaremos a uma década perdida uma nova década. Por mais que pensem ao contrário não temos outra opção a não ser a política. Resta mostrar aos brasileiros de qual política estamos falando.

Com essa velha Nova República o regime presidencialista de formação de maiorias por meio da privatização dos bens e serviços públicos também precisa chegar ao fim. Precisamos a coragem de assumir a necessidade de uma revisão constitucional completa e não apenas de partes da constituição. A começar pela proposta do parlamentarismo, pela reforma do Pacto Federativo, inclusive a apropriação de receitas, pela rediscussão do papel da Saúde Pública. O SUS como está é apenas uma miragem e não entrega os serviços prometidos. Há uma longa lista de questões que precisa, por exemplo, passar pela discussão da Segurança Pública e todas as políticas transversais envolvidas no debate, desde a educação até o sistema prisional. Há a necessidade, comprovada, de melhorar os sistemas de controle republicano, o formato de governança que realmente traga no seu bojo o controle da sociedade. O planejamento estratégico precisa deixar de ser apenas um discurso e existir em suas etapas de execução, avaliação e controle.

Alguma coisa precisa ser feita. As gerações mais velhas cumpriram um importante papel no enfrentamento do autoritarismo e na conquista de um regime democrático. A atual geração precisa agora ser capaz de revisar o passado recente, apreender com nossos erros e seguir em frente consolidando a Democracia Republicana e levando esta nação a um destino que contemple todas as suas potencialidades. Não podemos simplesmente nos afunda nesta lama…

*Demétrio Carneiro é membro do Diretório Nacional do PPS

Fonte: Assessoria do PPS


O #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, apresenta em primeira mão a entrevista do escritor Luis Fernando Veríssimo a Drauzio Varella

Assumidamente lacônico, tímido e avesso a entrevistas, Luis Fernando Veríssimo conta a sua trajetória como escritor e jornalista ao médico Drauzio Varella, outro que exerce com desenvoltura múltiplas tarefas, entre elas uma série de entrevistas com personalidades das mais diversas áreas. O #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, acompanhou em primeira mão. Assista.

Aos 79 anos, gaúcho de Porto Alegre, Luis Fernando Veríssimo tem mais de 60 livros publicados, entre contos, crônicas, romances, relatos de viagens, cartuns e quadrinhos. Já foi publicitário e revisor de jornal. É humorista, cartunista, tradutor, roteirista de televisão, autor de teatro. Toca saxofone num grupo que percorre o Brasil. Seus talentos são inesgotáveis.

Filho do também escritor Érico Veríssimo, autor da obra-prima O Tempo e o Vento, demorou para se definir pela carreira do pai. Passou parte da infância e da adolescência nos Estados Unidos. Da paixão pelo jazz à produção de horóscopo para jornal, quando foi "desmascarado" pelos leitores, há vários fatos inusitados que ele revela na entrevista.

Entre os mais divertidos está o episódio do jornal familiar que ele lançou aos 14 anos e pendurava no banheiro de casa: "O Patentino" (de patente, como era chamada a privada na gíria do Sul). Ao #ProgramaDiferente, com exclusividade, ele responde se o jornalismo atual chega ao patamar do antigo periódico de banheiro.

Também fala de outros personagens famosos, como A Velhinha de Taubaté e O Analista de Bagé, durante evento de lançamento, em São Paulo, do seu novo livro As Mentiras que as Mulheres Contam. Foi uma oportunidade ímpar ver reunidos Veríssimo e Drauzio Varella, e um encontro inesquecível, que compartilhamos aqui.


O jornalista e escritor José Nêumanne Pinto vai direto ao assunto e defende a saída de Dilma Roussef no #ProgramaDiferente, da TVFAP.net

 

Paraibano de Uiraúna, José Nêumanne Pinto é jornalista, poeta e escritor. Editorialista e articulista do jornal O Estado de S. Paulo, comentarista político e econômico da Rádio Jovem Pan e da TV Gazeta. Publicou diversos livros, dentre os quais se destacam "O Silêncio do Delator" e "O que Sei de Lula".

Com quase meio século de jornalismo, começou a carreira como crítico de cinema e repórter de polícia no Diário da Borborema, de Campina Grande. Depois, trabalhou na Folha de S.Paulo, Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, O Estado de S. Paulo, The Miami Herald e SBT, onde popularizou seu bordão: "José Nêumanne Pinto, direto ao assunto".

Assista aqui à entrevista de Nêumanne ao #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, com a sua análise sobre a atual crise do governo brasileiro.


J. R. Guedes de Oliveira autografando o seu livro “Quatro Figuras”, na VII Bienal Internacional do Livro de Alagoas

J. R. Guedes de Oliveira autografando o seu livro “Quatro Figuras”, na VII Bienal Internacional do Livro de Alagoas – Maceió, 23.11.2015 - Estande da Fundação Astrojildo Pereira.