Day: dezembro 3, 2015
Escritor e jornalista Ruy Castro lança novo livro "A Noite do Meu Bem" e conversa com o #ProgramaDiferente, da TVFAP.net
O jornalista e escritor Ruy Castro está lançando "A Noite do Meu Bem: A História e as Histórias do Samba-Canção". Certamente será mais um sucesso deste carioca nascido por acaso em Caratinga, Minas Gerais.
"Sou um carioca que nasceu longe de casa", conta, fazendo graça. "Como vim ao mundo em fevereiro de 1948, imagino que alguma coisa aconteceu ali naquele sobradinho, na Rua da Lapa, onde meus pais moravam antes de seguirem para Minas".
A explicação bem-humorada revela um pouco da personalidade de Ruy Castro. Colunista da Folha de S. Paulo, com passagem por importantes jornais e revistas desde 1967, descobriu-se escritor (várias vezes premiado) com biografias geniais, como O Anjo Pornográfico (a vida de Nelson Rodrigues), Estrela Solitária (sobre Garrincha) e Carmen (sobre Carmen Miranda).
Também faz estrondoso sucesso com seus livros de reconstituição histórica de uma época em que ele próprio foi personagem marcante, como Chega de Saudade (sobre a Bossa Nova) e Ela é Carioca (sobre o bairro de Ipanema, no Rio). Este novo livro bebe da mesma fonte criativa.
São quase 500 páginas para contar a história do samba-canção, que ganha uma série de explicações charmosas e didáticas:
"É o samba lento, confessional, com frases musicais longas e licorosas, perfeito para ser dançado de rosto colado."
"É a continuação natural de uma tradição romântica da música brasileira, filho ou sobrinho das modinhas, valsas, serestas, marcha-ranchos."
"É o samba de mão no ombro." (tomando emprestada uma expressão usada pelo compositor Mário Lago, em 1952).
"É a música a que duas pessoas apaixonadas sempre poderão recorrer quando sentirem o seu amor em perigo."
A leitura é imperdível, assim como a conversa exclusiva de Ruy Castro com o #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, durante o lançamento do seu livro em São Paulo. Assista aqui um bate-papo sobre o novo trabalho e sobre a situação do país.
Jornalista Alberto Dines afirma ser contra o impeachment da presidente Dilma e defende parlamentarismo para o Brasil sair da crise
O jornalista, escritor e professor Alberto Dines é referência da profissão, sempre atuante e combativo. Aos 83 anos (com 63 de profissão) é pesquisador sênior do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp e editor-responsável do Observatório da Imprensa, criado por ele, o primeiro portal de acompanhamento da mídia no Brasil, com versão online e pela televisão.
Assista aqui à entrevista de Alberto Dines ao #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, com uma análise sobre a atual crise do governo brasileiro. Ele afirma ser contra o impeachment da presidente Dilma Roussef e defende o parlamentarismo como saída para a crise.
Carioca, Alberto Dines iniciou sua carreira em 1952 como crítico de cinema da revista A Cena Muda. No ano seguinte foi convidado para trabalhar como repórter na recém-fundada revista Visão, cobrindo assuntos ligados à vida artística, ao teatro e ao cinema. Posteriormente passou a fazer reportagens políticas. Permaneceu na Visão até 1957, quando foi para a revista Manchete. Tornou-se assistente de direção e secretário de redação.
Em 1959 assumiu a direção do segundo caderno do jornal Última Hora. No ano seguinte foi nomeado editor-chefe da recém-criada revista Fatos e Fotos, tendo colaborado, nessa ocasião, no jornal Tribuna da Imprensa, então pertencente ao Jornal do Brasil. Em 1960, dirigiu o Diário da Noite, dos Diários Associados de Assis Chateaubriand, convertendo-o em tablóide vespertino.
Ingressou em janeiro de 1962 no Jornal do Brasil como editor-chefe. Em 1963 criou e ocupou a cadeira de jornalismo comparado na Faculdade de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Nesse período fundou, dirigiu e colaborou regularmente com os Cadernos de Jornalismo e Comunicação do Jornal do Brasil. Em 1965 instituiu a cadeira de teoria da imprensa na PUC-RJ.
Convidado paraninfo de uma turma desta Faculdade logo após a edição do AI-5, fez um discurso criticando a censura e, em conseqüência, foi preso em dezembro de 1968 e submetido a inquérito. Em 1971 recebeu o Prêmio Maria Moors Cabot da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos.
Foi demitido em 1973 do Jornal do Brasil, depois de 12 anos como editor. No JB criou o Departamento de Pesquisa, a Editoria de Fotografia, a Agência JB, além dos Cadernos de Jornalismo. Em 1974 deixou a Fatos e Fotos, viajando para os Estados Unidos, onde foi professor-visitante na Universidade de Columbia, em Nova York, durante um ano.
Retornou ao Rio de Janeiro em julho de 1975 e assumiu a chefia da sucursal carioca da Folha de S. Paulo. Em 1980, deixou o jornal e passou a colaborar no semanário O Pasquim, onde reeditou a coluna "Jornal dos Jornais". Em seguida assumiu o cargo de secretário editorial da Editora Abril, em São Paulo. Como diretor-editorial-adjunto, participou da criação de revistas como a Exame de Portugal.
Entre 1988 e 1995 residiu em Lisboa como diretor do Grupo Abril em Portugal. Foi também diretor da empresa Jornalistas Associados, que prestava serviços de consultoria no Brasil e em Portugal. Em 1994 criou em Portugal o Observatório da Imprensa.
De volta ao Brasil em 1994, foi o responsável pela criação do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Passou também a escrever, entre agosto de 1994 e setembro de 1995, uma coluna de crítica ao jornalismo na revista Imprensa.
Em abril de 1996 lançou a versão eletrônica do Observatório da Imprensa, jornal de crítica e debate sobre o jornalismo contemporâneo, que passou a ter uma edição na TV Educativa do Rio de Janeiro em maio de 1998. Voltou ao Jornal do Brasil em outubro de 1998, onde passou a manter coluna semanal de crítica jornalística.
Recebeu o título de notório saber em história e jornalismo pela USP, na qual também é membro da comissão de avaliação do curso de jornalismo.
Nem truculência da polícia, nem da velha política
A soma da truculência policial com a intolerância da velha política dará sempre um resultado negativo. Quem perde, neste caso da ocupação das escolas, é a própria Educação (Pátria Educadora, salve, salve!).
O prejuízo é da maioria silenciosa que assiste de fora este conflito polarizado (como virou moda em tempos de fla x flu nas redes e nas ruas) e partidarizado (no pior sentido do termo).
Qualquer pessoa, em sã consciência, deve ser contra o fechamento de escolas e a favor da reorganização e da racionalização do sistema de ensino, com diálogo franco e a participação de alunos, pais, professores, funcionários etc.
Mas, por outro lado, o que faz a militância (ou seria milícia) treinada da Apeoesp, do MTST (Educação? Oi?) e de alguns partidos manipulando o movimento de ocupação? Como reagir? Como o Governo do Estado deve enfrentar a questão?
Por princípio, colocar a PM armada para atacar estudantes parece, obviamente, a estratégia mais equivocada da face da terra. Não dá para entender quem orienta o governador, mas parece jogar contra. Estão caindo na armadilha orquestrada da oposição.
O Governo do Estado deveria chamar os estudantes para o diálogo. Ainda é tempo. São duzentas escolas ocupadas? Chame um representante de cada escola, eleito pelos próprios estudantes e desde que seja um aluno regularmente matriculado, num espaço aberto para o debate.
Ouça os argumentos, as reivindicações, esclareça as preocupações. Aja com transparência. Informe. Explique. Seja didático e democrático. Reconheça a legitimidade dos estudantes que ocupam as escolas por idealismo contra o fechamento. Use a palavra e a inteligência como armas, em vez da pistola, do cassetete e das bombas de efeito (i)moral.
Permita que os estudantes ocupem as escolas até o pleno esclarecimento das mudanças. Dê segurança, garanta estrutura. Tire de lá quem não tem nenhum vínculo com a Educação e - estes, sim - ocupam irregularmente e representam uma ameaça ao patrimônio público: os invasores profissionais.
Desmoralize quem tenta manipular os estudantes. Não dê mais motivos para quem pretende politizar e faturar eleitoralmente com a reforma do ensino. Ganhe a juventude e a opinião pública com bom senso, com razão, com sensibilidade, com justiça. É simples? Não, não é. Mas é o caminho certo. Tente.
Fonte: Blog do PPS